José Afonso, CANTARES DO ANDARILHO
"USADO"
Editado em 1968, Cantares do Andarilho marca o início da fase mais importante da obra de José Afonso. Depois das gravações, em 1953 e 1956, de fados de Coimbra e das primeiras baladas de intervenção, em 1960-64, José Afonso parte para África de onde regressa em 1967. "O meu baptismo político começa em África. Estava a dois passos do oprimido".
Regressado a Portugal vai residir para Setúbal, decidido a a ser professor. Começa então a ser convidado para cantar em colectividades culturais e académicas o que levou a que por várias vezes fosse detido e interrogado pela PIDE de Setúbal. Daí a ser expulso do ensino e ver serem-lhe fechadas várias portas, foi um passo muito curto.
Arnaldo Trindade, da editora Discos Orfeu, assumindo os riscos de confrontar-se com a PIDE propôs ao Zeca a gravação de um LP por ano a troca de uma mensalidade. Foi já no âmbito deste acordo, que vigorou durante 14 anos, de 1968 a 1981, que José Afonso, acompanhado de Rui Pato, entrou nos Estúdios Polysom, em Lisboa e gravou Cantares do Andarilho.
1. Natal dos Simples, 2. Balada do Sino, 3. Resineiro engraçado, 4. Canção de embalar, 5. O Cavaleiro e o Anjo, 6. Saudadinha, 7. Tecto na montanha, 8. Endechas a Bárbara Escrava, 9. Chamaram-me cigano, 10. Senhora do Almortâo, 11. Vejam bem, 12. Cantares do Andarilho.