LISBOA E AS FADISTAS
Lisboa e os seus bairros, as suas sete colinas, os lugares pitorescos e o rio Tejo que a envolve, são cantados em muitos géneros musicais, mas é no fado que ganham maior expressão. O Fado canta-se em tabernas e cafés de Lisboa há mais de 150 anos; desde o tempo em que Maria Severa – uma personagem lendária que viveu e morreu cedo demais para deixar gravações – cantava para o seu amante, o Conde de Vimioso. Foi uma relação amorosa que se tornou pública e que chamou a atenção para este género musical. O Fado era visto, e continua a sê-lo, como “a música dos abandonados do amor”.
Curiosamente, até aos anos cinquenta do século XX, os versos para Fados eram essencialmente escritos por homens para as mulheres cantarem, principalmente nas chamadas casas de fado: “Após alguns compassos da guitarra, a fadista começa a sua canção. Com a cabeça atirada para trás, os olhos semi-cerrados, expressão de arrebatamento e o corpo oscilando levemente ao ritmo da música, a fadista canta com a voz rude e não educada, e de modo simples e despretencioso, tal é a forma ditada pela tradição.”
Lisbon’s old quarters, the city’s authentic heart, perhaps because of the very old buildings and the narrow streets resembling an Arab medina, offer a certain mystical ambience to visitors. These quarters have preserved their daily routines and structures during many centuries. The patios and the intricate maze of narrow streets are, in fact, another world for tourists. Climbing steep cobbled streets or taking a ride on an old funicular is an experience not easily forgotten and that easily sweeps us into the location’s timeless ambience.
The music heard on these streets, Fado, has also remained essentially the same. It is not difficult for musicologists to identify Fado as urban café music, similar to Tango and Rebetika. The difference in Fado lies in the attitude, in which the words Fado and Saudade (nostalgic longing) are inseparable in the Portuguese imaginary.Fado is destiny, fate and, as such, saudade becomes more complex, with no accurate translation into any other language.
Fado has also been sung in Lisbon’s taverns and cafés for over 150 years, since the days when Maria Severa – a legendary woman who lived and died in a period when recordings were not yet made – sang for her lover, the Count of Vimioso. This love affair became public and, consequently, popularised this music genre, as Fado was viewed, and continues to be viewed, as “the music of abandoned lovers”.
1 - DINA TEREZA - Novo Fado da Severa, 2 - CELESTINA LUÍSA - Amor Abençoado, 3 - MARIA EMÍLIA FERREIRA - Fado corrido, 4 - MADALENA DE MELO - Fado Armandinho, 5 - ERMELINDA VITÓRIA - O meu Portugal, 6 - MARIA DO CARMO TORRES - O sonho, 7 - MARIA SILVA - Fado Alice, 8 - ADELINA FERNANDES -Fado Penim, 9 - MARIA DO CARMO - Desgarrada, 10 - MADALENA DE MELO - Fado da meia-noite, 11 - MARIA EMÍLIA FERREIRA - Fado da Mouraria, 12 - MARIA SILVA - Fado antigo, 13 - CELESTINA LUÍSA - As minhas saudades, 14 - ADELINA FERNANDES - Quem canta, 15 - MARIA DO CARMO TORRES - Maria da Graça, 16 - MARIA EMÍLIA FERREIRA - Fado do Aljube, 17 - MADALENA DE MELO - Fado Estoril, 18 - MARIA SILVA - Fado corrido, 19 - ERMELINDA VITÓRIA - Fado da minha Aldeia, 20 - MARIA DO CARMO - Os beijos são como as rosas, 21 - ADELINA FERNANDES - Ser Fadista, 22 - MARIA EMÍLIA FERREIRA - Fado Frankelin, 23 - MADALENA DE MELO - Fado em ré menor, 24 - MARIA SILVA - Fado da Mouraria